sexta-feira, 21 de março de 2008

Feliz Páscoa!!!

Tempo da Quaresma


PÁSCOA ANTIGA – (Ex 3,7-15)


Em busca de terras mais férteis e querendo melhorar de vida, os 12 filhos de Jacó e suas famílias, Povo de Israel, foram parar no Egito. No começo tudo corria bem, mas aos poucos, o Povo de Israel virou escravo nas mãos dos faraós do Egito. Sem liberdade, o povo foi também perdendo a consciência da opressão em que vivia esquecendo suas raízes assumindo a mentalidade e a idolatria dos opressores.

Depois de quase 300 anos de opressão, no meio do povo surgiu um líder, seu nome, “Moisés”, Deus revela-se a Moisés como “Javé", nome que quer dizer “ele é”, isto é “Deus quer ser presença libertadora no meio do povo” Moisés sentiu-se chamado por Javé a colaborar na libertação de seu povo. Depois de um longo trabalho para unir e conscientizar o povo, depois de muita luta e sobretudo, com muita ajuda de Deus, Moisés conseguiu fazer o povo sair do Egito foi a “Páscoa (passagem) de libertação”!

Durante a caminhada pelo deserto (40 anos), aos pés do Monte Sinai, aquele povo fez, com Deus uma solene Aliança (pacto), comprometendo-se a viver como verdadeiro Povo de Deus e a seguir os 10 Mandamentos (decálogo Constituição do povo de Deus). A Páscoa de Libertação e a Aliança foram os fatos que, mais profundamente, marcaram o Povo de Israel e toda a sua história. Anualmente o Povo de Deus celebrava a Páscoa, com uma refeição sagrada, durante a qual se comia um cordeiro, símbolo da Aliança e da Libertação.

QUARESMA – (Mc 1, 12-13)

A quarta-feira de Cinzas marca o início da quaresma, tempo de preparação para celebrar, na aurora da ressurreição do Senhor, a vitória da vida sobre a morte. O período quaresmal lembra os 40 dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para sua missão, e os 40 anos em que o povo de Israel andou no deserto rumo a terra prometida. “Do hebreu Peseach, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. É a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das trevas para a luz".

A Páscoa é repleta de símbolos importantes para todos nós. Mesmo nos mais diferentes países e culturas, muitos elementos estão sempre presentes nos rituais há centenas de anos. O mais antigo símbolo da Páscoa é a cor branca, que simboliza a pureza, a paz, vitória, ressurreição e alegria. A cerimônia da imposição das cinza remonta o século X e recorda o tempo em que os penitentes públicos, usavam sacos e cobria a cabeça com cinzas, como sinal de arrependimento de seus pecados e do desejo de mudar de vida. Receber as cinzas na fronte significa manifestar publicamente, a disposição de iniciar um caminho de fé e conversão rumo a Páscoa.

É tempo de penitência, de dar coisas materiais, tempo de amar e perdoar. Todas essas atitudes devem ser vividas em clima de oração e de escuta da Palavra. A Quaresma é tempo de pedir perdão, fazer reconciliação para celebrar e viver a ressurreição do Senhor Jesus. Logo, é tempo de jejum, abstinência e oração. Esse tempo termina no Domingo de Ramos.

A Quaresma é o período de 40 dias entre a Quarta-feira de cinzas – logo após o Carnaval - e a Semana Santa (que se inicia com o Domingo de Ramos). Durante a Quaresma, a Igreja e todos os cristãos preparam-se para a Páscoa. A Páscoa possui três interpretações: é a antiga festa de pastores para comemorar a primavera; é a festa dos Hebreus, para relembrar sua saída do Egito, no tempo de Moisés; é a festa anual dos Cristãos para celebrar a Ressurreição de Cristo.

DOMINGO DE RAMOS – (Jo 12,12-19)

Jesus montado num jumento coberto de mantos, vai a Jerusalém, onde comemora a Páscoa. Pelo caminho o povo espalhava suas capas pelo chão para Jesus passar e o aclamavam com ramos de oliveiras nas mãos. Ao começarem a descer do Monte das Oliveiras, uma multidão de discípulos exultava de alegria. Agradeciam a Deus em voz alta, pelos milagres que viram Jesus fazer e exclamavam seguidamente “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor Paz no Céu e Glória a Deus”.

QUINTA-FEIRA SANTA – (Mt 26,26-29; Jo 13,1-11)


Jesus antes de entregar sua vida por amor a nós, quis celebrar com seus amigos, os Apóstolos, a Última ceia, na Quinta-feira Santa. Nesta Ceia Ele instituiu a Eucaristia, seu maior sacrifício.

Na noite em que foi preso, pouco antes, Jesus revivia, com seus amigos, a Festa da Páscoa dos Judeus. Naquele momento Jesus, tomando o pão e o vinho da refeição pascal, explicou aos amigos de que ele, como ensinara João Batista, era o verdadeiro cordeiro de Deus, o Libertador, que seria sacrificado para que o mundo fosse liberto do pecado e de suas conseqüências. E pediu para que daquele momento em diante, a Páscoa tivesse outro sentido, mais completo e verdadeiro. E a comemoração fosse a comunhão com ele, o Libertador “Tomai e Comei, isto é meu corpo, entregue... Tomai e Bebei, isto é o meu sangue, sangue da Nova e Eterna Aliança, sangue derramado para a libertação”.

Terminada a Ceia, Jesus foi orar no monte Getsêmani. Ali os Judeus o prenderam e condenado durante a noite de quinta-feira para sexta-feira, no tribunal religioso, ele foi levado a Pilatos para o processo civil-político. Na Quinta-Feira Santa comemoramos a instituição da Eucaristia e o Lava-Pés.

SEXTA-FEIRA SANTA – (Mc 15,1-39)


A Paixão e Morte de Jesus e a conseqüência de toda sua vida dedicada aos outros: “Não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos!” (Jo 15,13). Jesus, o Filho de Deus feito gente, assume sobre seus ombros toda injustiça, todo mal, todo pecado da humanidade e oferece sua vida, como cordeiro pascal, pela libertação e pela vida da humanidade. Ele viveu e morreu pela nossa salvação. É tempo de abstinência.


SÁBADO DE ALELUIA


É o silêncio de Deus que se faz sentir e nos prepara para a grande solenidade da Vigília Pascal e, sobretudo para a Manhã da Ressurreição. Nesta celebração, o altar é caracterizado com seus objetos e adornos novamente, que são trazidos em procissão pelo povo. É nesta missa, também, que é acendido o Círio Pascal, aquela grande vela que simboliza a presença da luz de cristo ressuscitado junto a nós. A partir da chama do Círio Pascal, os paroquianos vão acendendo as suas velas, e em poucos minutos toda a Igreja está iluminada somente pelas velas, sem qualquer iluminação artificial! Daí chamamos esta celebração de Missa da Luz.Confira alguns momentos marcantes desta celebração.


DOMINGO DE PÁSCOA – (Lc 24,1-6)


Parecia um fracasso total naquela sexta-feira! Mas o amor é sempre mais forte do que o ódio, a vida é sempre mais forte do que a morte, Deus é sempre mais forte que o homem! E, assim, Jesus ressuscitou! Jesus venceu a morte! Ele é o Senhor! No terceiro dia após a morte de Jesus, num Domingo em que os judeus celebravam a antiga Páscoa da Libertação, os discípulos bem cedinho, foram ao sepulcro, onde tinham enterrado o corpo de Jesus, e o encontraram vazio (Jo20,11-18), esteve com os apóstolos reunidos no Cenáculo (Jo20,19-29), caminhou na estrada de Emaús com dois discípulos (Lc24,13-35). O fato da ressurreição de Jesus Cristo continua sendo o centro da nossa fé, a alegria, a certeza e a força que impulsiona nossa vida de cristãos.

JESUS RESSUCITOU, quer dizer que... o Crucificado está vivo! Vivo na Glória do Pai, intercedendo por nós, como Senhor do Universo! Vivo sempre presente na história dos homens como libertador e salvador da humanidade. Vivo e presente, de modo especial, em sua Igreja e em nossa vida de cristãos: como nosso Senhor. Mas reparem em todas as aparições do Ressuscitado, os Evangelhos fazem notar que seus discípulos não o reconhecem imediatamente nem facilmente. Isso quer dizer que precisamos reconhecer Jesus presente em nossa vida, com os olhos da fé.


Ele venceu o mal e o pecado da humanidade. As forças do mal, da injustiça, da violência, do pecado, já foram vencidas pela raiz, Jesus Cristo é o Senhor e Libertador! A vida, o amor e a graça de Deus são mais fortes do que o mal. A Páscoa de libertação, já está em andamento, dentro de cada um de nós e no mundo. E na força de Cristo Ressuscitado, nosso Senhor, que podemos realizar, cada dia a nossa Páscoa, libertando-nos do egoísmo e do pecado, para sermos homens novos e viver uma Nova Vida. "... Como Ele e com Ele, nós também havemos de ressuscitar, vencendo o último mal, a morte. A ressurreição de Jesus é o penhor e a certeza da nossa própria ressurreição" ( 1Ts4,13-14 ).



OS SÍMBOLOS PASCAIS


O Círio Pascal - É uma vela grande e grossa, que deve ser acesa todos os anos, pela primeira vez, no Sábado Santo, no início da celebração da Vigília Pascal. Faz-se, se a inscrição dos quatros algarismos do ano em curso; depois se cravam cinco cravos, que lembram as cinco chagas de Jesus, além de duas letras gregas "Alfa" e "Ômega" a primeiras e últimas letras do alfabeto grego. O alfa representa o princípio e o ômega, o fim. O círio, simbolizando Cristo vivo, ressuscitado, é a luz que ilumina e guia a vida do cristão; pois o próprio Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo!" "Eu sou o princípio e o fim".

O Cordeiro Pascal - Representa Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus. Assim, o cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, relembra o sacrifício realizado pelos israelitas no primeiro dia da Páscoa, como símbolo da libertação do Egito. No Novo Testamento, o Cristo é o Cordeiro de Deus, que se sacrificou pela salvação de toda a humanidade. "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo".


Óleos Santos - É na Quinta-feira Santa que se celebra a missa do Crisma, na catedral, onde os óleos sacramentais usados no Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos são abençoados pelo bispo e os sacerdotes. O óleo simboliza o Espírito Santo, aquele que nos dá força para vivermos o evangelho de Jesus Cristo.


O Fogo - No início da cerimônia da Vigília Pascal, na noite do Sábado Santo, a celebração é iniciada com a benção do fogo, chamado de "fogo novo".O fogo é também símbolo da vida nova, da realidade da criação renovada pela morte e ressurreição de Jesus.


A Água - No Sábado Santo, durante a celebração da Vigília Pascal, o sacerdote faz a benção da água batismal que será utilizada nos batismos durante o ano, mergulhando o círio pascal na água, invocando a força do Espírito Santo, havendo ou não batismos. A aspersão do povo com a água benta, se realiza a renovação das promessas batismais. A água simboliza pureza, purificação e renovação.

Coelhinho - Por sua fecundidade a coelhinha simboliza a Igreja. É o símbolo da fertilidade, são animais que reproduzem com facilidade e em quantidade. Representa, portanto, a capacidade da Igreja produzir novos discípulos e espalhar pelo mundo a mensagem de Cristo.

Ovos de Páscoa - assim como o ovo, aparentemente morto, contém em si uma vida nova, assim o sepulcro de Cristo escondia uma Vida Nova. Simboliza uma nova vida. Vida que está para nascer. Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. A ressurreição de Jesus também indica o princípio de uma nova vida.


Pão e Vinho - São os símbolos da Eucaristia. Foi na última ceia (Quinta-feira Santa), Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Representando o seu corpo e sangue, que foram oferecidos aos seus discípulos para celebrar a vida eterna. O pão pode ser reapresentado por espigas de trigo e o vinho por cacho de uvas.


A Cruz - Jesus que morreu na cruz para nos salvar, deu à humanidade mais uma lição de humildade: sendo Filho de Deus, que tudo pode, ele morreu da forma mais humilhante que havia em seu tempo. A cruz nos recorda o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo. No Concílio de Nicéia, em 325 d,C., Constantino declarou a cruz como símbolo oficial do cristianismo. Temos não somente um símbolo da Páscoa, mas um símbolo da fé católica, o sinal do cristão.
Prof.: Juberto Santos
Quer Saber mais??

- Bíblia Sagrada
- Catecismo da Igreja Católica (CIC)
- Apostila de Crisma da Paróquia N. Sra. D’Ajuda – Ilha/RJ
Site:
http://www.catolicosleigos.com.br

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