sábado, 2 de outubro de 2010

O LIVRO DE JONAS

Bem, pensando em aprofundar o estudo em livros do Antigo Testamento, observemos atentamente o lovro de Jonas.
  
Para ter uma idéia sobre a época em que esse livro foi escrito, alguns aspectos devem ser considerados. Segundo os biblistas o livro de Jonas contém expressões em aramaico, idioma oficial dos judeus durante o domínio Persa (538-333 a.C.), mas que não era conhecido por eles antes do Exílio da Babilônia (587-538 a.C.). Portanto, devido aos estudos, o livro deve ser posterior ao século VI a.C. O profeta Jonas, filho de Amitai, é contemporâneo do reinado de Jeroboão II, que reinou em Israel no século VIII a.C. Afirmar que o livro de Jonas foi escrito por ele seria algo semelhante a dizer que um dos modernos escritores brasileiros teria vivido no tempo de Dom João VI. O hebraico sofreu modificações ao longo da história, como acontece a qualquer idioma.
 
Os judeus que retornaram do exílio, estavam convencidos de que haviam sofrido o exílio por causa da sua infidelidade a Deus. Como resultado, adotaram uma atitude de EXCLUSIVIDADE e rigorosa observância da Lei. Evitavam tudo que pudesse afastá-los de Deus, tal como costumes estrangeiros e até mulheres estrangeiras.
  • CONFRONTO ENTRE JONAS E O SENHO 
JONAS - 2Rs 14,25 - foi profeta no tempo de Jeroboão II (reinou em Israel - norte - 783-743 a.E.C.)
 
O autor usa um recurso literário chamado de pseudonímia. Ele não está interessado em destacar a autoria do livro, nem em focalizar sua identidade. Isso era muito comum naquela cultura. Os autores dos livros bíblicos geralmente não assinam suas obras porque acreditam que estão apenas representando a fé e a experiência de um povo do qual são membros, ou seja, eles não falam em nome próprio e com seus escritos querem apenas trazer os filhos de Israel de volta para a aliança firmada com Deus.
 
O autor do livro permanece anônimo e usa como pseudônimo o antigo profeta Jonas, filho de Amitai, porque esse recurso o ajuda a divulgar melhor sua mensagem. Não sabemos quem escreveu o livro de Jonas, mas podemos fazer um perfil de sua personalidade a partir do texto bíblico. É alguém com mente aberta, como diríamos hoje, para ele todas as pessoas são alvos do amor e da misericórdia de Deus. É uma pessoa bem humorada que usa o recurso da ironia para convencer os judeus nacionalistas de sua época da inconsistência da postura exclusivista que considerava apenas o judeu como merecedor do amor de Deus
 
1,1 - “a palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amanti”
 
O livro se inicia como muitos livros proféticos afirmando que ‘a palavra do Senhor foi dirigida a...” (Os 1,1; Jl 1,1; Mq 1,1; Sf 1,1; Ag 1,1; Zc 1,1). Com isso se estabelece um convite ao leitor para se identificar com o protagonista e se tornar um canal para que a palavra de Deus chegue a todos os povos. Lendo o livro atentamente se chega à conclusão de que Deus é o diretor do drama, ele está no controle de tudo, está determinado a fazer sua misericórdia chegar aos ninivitas.
 
1,2a - “levanta-te, vai a Nínive...”

NINIVE - Capital da Assíria - residência dos grandes reis, Senaquerib (722 - invadiu o reino de Israel) construiu um grande palácio e fortificou a cidade com um muro de 12 Km. Foi sitiada pelos Medos e Babilônios em 614 a.E.C. Os vencedores destruíram inteiramente a grande cidade; esse evento é celebrado pelo profeta Naum. Não podemos deixar de perceber a ironia contida aqui: o Jonas histórico (2Rs 14,25) profetiza a prosperidade e a expansão do Reino do Norte e o Jonas personagem do conto edificante tem que profetizar a favor dos habitantes da cidade de Nínive, destruidores de Samaria, capital do reino do Norte.
 
1,2b - “...anuncia contra ela que a sua maldade chegou até mim.”
 
A missão de Jonas é precisa: tem que anunciar aos habitantes da grande cidade de Nínive que sua iniquidade subiu até Deus. Isso consiste numa parusia conforme se procedia em antigos reinos. O termo grego parusia significava a visita do rei a uma região distante da sede do governo para resolver certos problemas administrativos como o abuso de autoridade dos governantes e a prática da iniquidade por parte destes. O aviso de que o rei está sabendo da iniquidade, dava tempo aos culpados para mudar de conduta como também deixava os oprimidos cheios de esperança que o rei lhes fizesse justiça. Nesse sentido, o que Jonas deve anunciar é a parusia do verdadeiro rei do universo sobre um vassalo, o rei de Nínive. De nenhuma forma se trata de um veredicto definitivo do juiz, mas de um viso para que haja oportunidade de mudança de atitude por parte dos que estão praticando o erro. Não é uma condenação, mas uma boa-notícia o que Jonas deve anunciar.
 
1,3a - “Jonas levantou-se para fugir para Tarsis, para longe da face do Sr.”
 
O autor monta sua história em oposição à atitude de exclusividade. Deus chama Jonas para profetizar, não a seu povo, mas ao de Nínive. Jonas reluta em ir a Ninive, não tanto porque deseja evitar a vocação profética, mas porque está sem vontade de levar a palavra do Senhor a um inimigo tão odiado. Ver Ez 3,6-7
 
TARSIS - nome de lugar que significa refinaria, onde o metal é fundido e refinado. Um navio de Tarsis, significou por muito tempo um navio construído para enfrentar tempestades, capaz de fazer as longas viagens, construído para transportar cargas pesadas de metais. Para os judeus, ir para Tarsis, significava ir para um lugar bem longe, fim do mundo, o lugar mais longe possível.
 
1,3b - “Ele desceu a Jope.”
 
JOPE - Cidade próxima à Jerusalém. Possuía o porto mais próximo de Jerusalém, porém não era um porto verdadeiro, não podia ser usado sob mal tempo.
 
1,5 - “os marinheiros tiveram medo... começaram a gritar cada qual para o seu deus.”
 
os marinheiros são de várias nacionalidades; cada qual tem seu deus, mas crêem no poder dos outros deuses também.
 
1, 6 - “...Como podes dormir? Levanta-te, invoca o teu Deus!...”
 
Jonas é, de todos os personagens desse livro, o que mais precisa de conversão. Ele pode ser definido como o desobediente. Aos três imperativos da missão (levanta-te, vai, anuncia) Jonas age em sentido contrário: desce, foge, dorme.
 
1,7 - “... eles lançaram as sortes e a sorte, caiu sobre Jonas.”

Era um costume antigo a idéia de que a presença de culpado em navio é perigo para todos.
 
1,8 - “ conta-nos qual é tua missão...”
 
Eles queriam saber qual a finalidade da viagem de Jonas para entender a causa daquele mal.
 
1,9 - “...sou hebreu e venero ao Sr., o Deus do céu que fez o mar e a terra.”
 
Se Jonas crê nisso, porque pensa que Tarsis é longe o suficiente para fugir do Senhor? A fé no Deus criador traz como consequência o reconhecimento de seu amor por todos os povos. Dessa maneira, Jonas afirmou que a autoridade de seu Deus não está limitada a um território determinado, mas tinha domínio universal. Com isso se vê a ironia da situação de Jonas: crer que Deus domina sobre o mar e a terra e, ao mesmo tempo, está fugindo de sua presença.
 
1,10 - “...os homens foram tomados por grande temor...”
 
Eles são sábios o bastante para ficar com medo, enquanto Jonas, que auto proclamou temente a Deus, parece não ter temor algum. Os marinheiros, pagãos, se escandalizam com a rebelião de Jonas ao Senhor.
 
11,15 - “E tomaram Jonas e o lançaram ao mar e o mar cessou o seu furor.”
 
O Senhor envia o vento para que provoque uma grande tempestade, pára a tempestade assim que a fuga de Jonas é interrompida.
 
1,16 - “Os homens foram então tomados por um grande temos para com o Senhor, ofereceram ao Senhor e fizeram votos”

Mostra a retidão dos marinheiros pagãos que reconhecem o poder de Deus e rendem culto a Ele. No capitulo 1, imagem do Senhor é a imagem do Criador todo-poderoso que dá uma missão ao profeta e o persegue até que a aceite.
  • A ORAÇÃO DE JONAS
2,1a - “O Senhor determinou que surgisse um peixe grande para engolir Jonas...”
 
Jonas representa o próprio judaísmo da época marcada por reformas radicais nacionalistas desde Esdras e Neemias, basta conferir os capítulos nove e dez do livro de Esdras e a ordem para que os judeus se divorciassem das esposas estrangeiras e expulsassem os filhos nascidos desses casamentos mistos. Veja também Ne 13,23–28. O grande peixe representa os grandes dominadores do povo judeu, que “engoliam” as tradições, os costumes, o próprio judaísmo.
 
2,1b - “... Jonas permaneceu nas entranhas do peixe três dias e três noites.”
  
O tempo, 3+3 = 6, representa os grandes impérios que dominaram os Judeus até este período: Egito (2030 a 1200 a.E.C.) , Hicsos (1720 a1552 a.E.C.), Hititas (1370-1336 a.E.C), Assíria (722 a.E.C.), Babilônia (587 a 537 a.E.C.), Pérsia (538 a 333 a.E.C).
 
Deus permitiu que fossem dominados, mas deu a chance de novo recomeço.
 
 2,2 - “Então Jonas orou ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe.”
 
 A oração consiste em um salmo provavelmente de outra fonte pondo-a na boca de Jonas enquanto ele volta no ventre do peixe. É uma oração de Lamentação.
 
2,3-10
 
O salmista começa por clamar a Deus e passa imediatamente a uma descrição de sua angústia. O fim da oração é uma expressão de confiança e ação de graças a Deus pelo salmista, que com confiança inabalável, acredita na salvação divina.
 
Muitas frases desta oração são comuns aos salmos, por exemplo:
 
2,3a - Sl 86,6-7; 120,1; 34,7; 81,8
 
2,3b - Sl 18,6-7; 116,3-4
 
2,4b - Sl 42,8
 
2,5a - Sl 31,23
 
2,6a - Sl 18,5; 69,2-3; 88,17-18; 116,3
 
2,7b - Sl 16,10; 30,4
 
2,8a - Sl 42,7
 
2,8b - Sl 18-7; 88,3
 
2,10a - Sl 50,14; 116,17
 
2,10,b - Sl 22,26; 50,15; 66,13-14; 116,14.18; 3,9; 37,39.
 
 O salmo presta-se bem à situação de Jonas. Ele está em dificuldades lamentáveis e precisa voltar-se ao Senhor com confiança. As referencias à Morte (v 3.7), entretanto, indicam que o salmo descreve angustias gerais.
  • JONAS EM NINIVE
O Cap 3 começa com o segundo chamado do Senhor a Jonas. Desta vez ele não faz nenhuma objeção.
 
 3,3b - “Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de marcha.”
 
A descrição de Nínive como ‘uma cidade muito grande’, sendo preciso três dias para atravessá-la, mostra o exagero que é presente em todo livro. A quantidade de dias tem um equilíbrio significativo. Jonas passa três dias no ventre do peixe e depois é devolvido a sua responsabilidade para com o Senhor. Entretanto, três dias não bastam para provocar um verdadeiro arrependimento em Jonas. Porém a cidade não precisa nem de três dias para seu arrependimento; um dia basta. Contudo, a misericórdia do Senhor não restringe Nínive a três dias. O Senhor dá ’40 dias’, um número bem grande de dias, antes que a cidade seja destruída.
 
3,4a - “Jonas entrou na cidade e percorreu durante um dia. Pregou então dizendo:...”
 
Jonas, mesmo quando parece ser obediente não o é de fato, pois anuncia a mensagem em apenas um dia, quando se levaria três dias para atravessar a cidade e proclama um conteúdo diferente daquele que lhe foi indicado. Com um dia de marcha, não foi possível chegar até o centro da cidade, onde era também o centro administrativo.
 
3,4b - ... Ainda quarenta dias e Nínive será destruída!”
 
É isto que o missionário anuncia apesar de não haver, em nenhuma parte do livro de Jonas, uma palavra vinda de Deus para condenar Nínive. Por que o missionário diria isso se a palavra de Deus foi outra (Jn 1,2)? Ora, segundo a ideologia da retribuição, se Deus sabia da iniquidade de Nínive deduzia-se que ele a destruiria como castigo pelos pecados. Jonas anunciou uma consequência lógica de suas concepções teológicas. Proclama um conteúdo diferente daquele que lhe foi indicado. Por esse motivo o livro de Jonas chama à conversão, não apenas os ouvintes, mas primeiramente o missionário.
 
3,5a - “ Os homens de nínive creram em Deus...”
 
Jonas é, de todos os personagens desse livro, o que mais precisa de conversão. Ele pode ser definido como o desobediente.
 
Apesar de tudo os ninivitas creram em Deus, depositaram toda a sua confiança em Deus, mesmo tendo recebido uma mensagem de condenação. O que não fariam então, se tivessem recebido a boa-nova? Também os marinheiros estrangeiros adoraram o Deus de Israel (Jn 1,14-17), apesar de Jonas ter preferido ser lançado ao mar que falar-lhes sobre a misericórdia do Senhor. O grande problema do livro de Jonas, a maior dificuldade é a conversão do missionário e não a dos injustos e dos idólatras.
 
A reação do rei de Nínive foi muito distinta do procedimento dos reis de Israel que poucas vezes consideraram a exortação dos profetas. Assim como os marinheiros, o rei confiou na misericórdia de Deus, mesmo sem que Jonas a mencionasse em nenhum momento. E Jonas sabia que Deus é misericordioso, isso faz parte da fé de Israel (Ex 34,6).
 
3,5b - “...convocaram um jejum e vestiram-se de panos de saco”.
 
Esses gestos externos eram expressões de uma mudança radical de atitude. Cada um deveria deixar o seu mau caminho, ou seja, o estilo de vida caracterizado pelo pecado e pela violência. Esse costume era empregado em momentos de tristeza (2Sm 3,31; Jr 6,26), de luto (Est 4,1-3), de arrependimento (Ne 9,1; Jó 42,6) e de humilhação (Dn 9,3-5).
 
 3,6 - “A notícia chegou ao rei de Ninive.”
 
 A conversão dos ninivitas começou com o povo e depois chegou ao rei.
 
3,7 - “...como decreto do rei e de seus grandes: ‘Homens e animais, gado graúdo e miúdo’...”
 
O rei expediu um decreto de penitência geral, incluindo também os animais para mostrar que a criação inteira é afetada pelos nossos pecados. Para demonstrar seu arrependimento sincero os ninivitas se uniram, desde os da mais alta classe social até os mais humildes, na busca da misericórdia de Deus.
 
 3,10 - “ eles se converteram de seu caminho perverso...”
 
Consiste em deixar um estilo de vida fundado na iniquidade por uma vida nova com perspectivas totalmente diferentes.
  •  DESGOSTO DO PROFETA E RESPOSTA DIVINA
 4,1 - “mas isso trouxe a Jonas um grande desgosto e ele ficou irado.”
 
Mas a resposta de Deus à conversão dos ninivitas desagradou totalmente a Jonas, deixando-o profundamente irritado. Isto o fez revelar o objetivo da tentativa de fuga; não fora por medo da violência dos ninivitas nem por receio do desconhecido, como poderíamos supor.
 
 4,2 - “...fugi apressadamente para Tarsis; pois sabia que tu és um Deus de piedade e ternura, lento para a ira, e rico em amor e que se arrepende do mal.”
 
 Para surpresa do leitor, Jonas diz que fugiu porque Deus é misericordioso... Jonas não queria ser mensageiro de Deus porque assim evitaria que os ninivitas usufruíssem da misericórdia divina.
 
4,3 - “ é melhor para mim a morte do que a vida.”
 
O autor do livro de Jonas empresta sua voz à teologia universalista para defender o direito de Deus amar a todos, sem fazer acepção de pessoa. Para criticar a tendência nacionalista o autor faz o personagem Jonas preferir morrer a aceitar o amor de Deus para com os estrangeiros, a ver a salvação daqueles que considerava ímpios. Na linguagem de hoje diríamos que o livro de Jonas foi escrito para animar os judeus a assumirem sua responsabilidade missionária para com as outras nações, nesse sentido, esse escrito é um precursor do mandato missionário do evangelho.
 
4,4-10
 
Deus é misericordioso porque sabe quem é Jonas. Em vez de castigá-lo por sua fuga, sua profecia desanimada, sua falta de misericórdia, Deus lida com Jonas como se ele fosse uma criança que não sabe “sequer distinguir a mão direita da esquerda”. Dá uma lição a Jonas. Ele prepara um peixe (2,1), uma mamoneira (4,6), um verme (4,7), um vento oriental (4,8). E Jonas não consegue mudar o roteiro ou projeto divino. Os estrangeiros, tanto os marinheiros quanto os ninivitas, foram mais religiosos, e até o mar, o peixe, a planta, o verme, o vento oriental, todos submetem-se à vontade de Deus.
 
4,11 - “E eu não terei pena de Nínive?...”
 
A misericórdia de Deus está sobre todos os povos e sobre toda criatura. Se a maioria das pessoas não sabe disso é porque falta quem lhes anuncie essa boa-notícia. O Senhor do céu e da terra ama a totalidade da criação. Essa é uma afirmação revolucionária para a maioria dos judeus contemporâneos do autor do livro de Jonas, pois se o Deus de Israel cuida de todos os seres, povos e nações, qual o lugar de Israel como povo da aliança? Hoje diríamos: qual o privilégio de ser cristão, se Deus ama os ateus, os membros de outras religiões e até mesmo aqueles que maculam sua imagem com o ódio? Isso significa que o povo de Deus deve investir na salvação dos injustos e não na destruição deles. Os opressores, os violentos, os ímpios conhecerão a misericórdia e a redenção que vem de Deus através dos missionários de boas notícias.
 
Deus começa e termina o livro, a sua palavra é soberana e não volta a ele sem que se torne efetiva e produza o fruto almejado (Is 55,11).
 
O final do livro mostra o contraste entre Jonas e Deus: um deseja a morte, o outro, a vida; um quer a destruição, o outro, a salvação. O livro inteiro é uma exortação à conversão e à misericórdia, ambas são indesejáveis a Jonas e ele necessita das duas. O livro desafia o cristão atual, herdeiro da vocação de Israel, a deixar-se corrigir pela Palavra inspirada, santa e perfeita, útil para exortar e para “discernir os propósitos do coração” (Hb 4,12).
 
O livro termina bruscamente como é próprio desse gênero literário. Com isso permite ao leitor de cada geração fazer uma autocrítica e responder à pergunta do Senhor, confrontando-se com as atitudes de Jonas, dos marinheiros e dos ninivitas. Quem nunca desejou o desaparecimento definitivo do opressor ou do malvado? Quem se sente confortável em saber que “a misericórdia triunfa sobre o julgamento” (Tg 2,13)? O amor e a misericórdia de Deus se estendem a cada pessoa e deseja a conversão de todos.
 
Fica para nós leitores a pergunta que o autor nos faz para pensarmos: Deus é livre? Ou deve agir, como Jonas pensa, segundo as estreitas limitações da justiça humana?
 
Eliani Araújo Costa / setembro 2010
 
 Para contatos e dúvidas:
elianidentista@yahoo.com.br / elianicatequista@yahoo.com.br
 
  BIOGRAFIA CONSULTADA
 
 Bíblia de Jerusalém. São Paulo, Paulus, 2004.
 Dicionário bíblico / John L. Mackenzie ; (tradução Álvaro Cunha ... et al.; revisão geral Honório Dalbosco). – São Paulo : Paulus, 1983.
 Comentário Bíblico. São Paulo, Edições Loiola, 1999
 Artigo da CNBB - Mês da Bíblia 2010 - Jonas: Conversão e Missão - “Levanta-te e vai à grande cidade” (Jn 1,2) - Aila Luzia Pinheiro de Andrade
 

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