domingo, 2 de março de 2008

Formação 03

A Formação do Ministro de Música

Dentre os diversos serviços que podemos prestar à igreja como nosso ministério de música aqui está um com o qual precisamos ter especial cuidado, porque lida quase que pessoalmente com os filhos amados do Pai.

Sabemos que os Grupos de Oração são os locais por eleição onde Deus tem grande oportunidade de visitar o coração de cada pessoa e ali operar as curas, libertações e milagres. Até aí não há novidade nenhuma, mas a maioria das pessoas vem ao Grupo de Oração e trazem consigo suas frustrações, seus problemas familiares, financeiros, afetivos e tudo o mais que aflige o homem. Como Deus pode operar em um coração que está cheio de tanta tralha? Como este filho tão amado do Pai vai perceber, ou mesmo se abrir à ação do Espírito, se pesa sobre ele fardos pesadíssimos? É exatamente neste momento que a música ungida, ministrada com o poder de Deus, vai ser o canal de acesso que levará ou favorecerá a ação salvífica do Rei dos reis. Nós temos esse grande papel. Temos o direito e o dever de levarmos os filhos de Deus a saírem de seus problemas, limitações ou dificuldades e voltarem-se com confiança e abertura para a ação do Espírito Santo.

O Ministério de Música deve ser aberto às moções de Deus, ao desejo do coração do Senhor e isso só poderá ocorrer se os seus membros forem pessoas de vida de oração, habituadas a escutar a voz do Senhor e dóceis a cumprir sua vontade. Se não for assim, correremos o risco de fazermos nossa vontade e tentarmos levar o Grupo de Oração com expressões e técnicas aprendidas em congressos ou copiadas de outros ministros de música. Além deste aspecto, que merece nossa reflexão e especial atenção, nos deparamos também como o aspecto da autoridade e submissão ao coordenador do G.O. O Ministério de Música deve ter a liberdade para, segundo a unção do Espírito, preparar o povo para a noite de oração e cabe a ele discernir os caminhos pelo qual Deus quer fazer aquele povo trilhar. Somos ministros de música e não coordenadores de G.O. Cabe a nós a preparação inicial e a cooperação com a comunhão da oração, seguindo o Rhema dado pelo Senhor e nos alegrando com a obra do Espírito nos irmãos e em nós, porque afinal de contas também somos filhos.
Nos diversos cursos para ministérios de música que nós da Comunidade Recado temos pregado, nos mais diferentes lugares do Brasil, temos, com uma certa constância, nos deparado com problemas entre o coordenador do G.O. e o Ministério de Música. Não é raro encontrarmos ministros de música que apenas cumprem um ritual de abrir a noite de oração com músicas já selecionadas e sem a menor liberdade do Espírito, ou então ministros de música que roubam a cena, fazem o papel do coordenador da noite de oração e não se submetem às autoridades constituídas naquele momento. Nos dois casos, ao meu modo de ver, há erros. A música no grupo de oração não é apenas um tapa buraco, um aviso prévio de que dentro de instantes o Espírito Santo irá agir com todo o poder. Não! a partir do momento em que nós do ministério de música começarmos a ministrar a música com unção de Deus, porque fomos escolhidos por Ele, porque fomos chamados a exercer esse serviço com autoridade de Cristo ressuscitado, cheios de alegria e inabalável confiança, a partir deste momento, a graça de Deus já está acontecendo. Da mesma forma que temos o nosso momento de recuarmos e seguirmos as orientações que Deus está dando através da unção do coordenador ou dirigente do G.O. e neste momento o nosso serviço não perde a importância, apenas muda de posição. Passamos a cooperar com Deus seguindo o Rhema da oração, cooperando e favorecendo com todo o clima da reunião com músicas que falem do mesmo tema, que coloquem em evidência o assunto abordado.

Para desempenharmos bem nosso papel precisamos ter um vasto repertório ensaiado, com músicas que falem de: Maria, Espírito Santo, salvação, reconciliação, Amor de Deus, louvor,... Não gosto de músicas pré-estabelecidas e cronologicamente organizadas. Acho que isso pode ser feito para nos auxiliar a discernir o momento de usá-las e não tirar a nossa liberdade espiritual de sermos guiados pelo sopro do Espírito que não se deixa aprisionar e sopra onde quer e como quer. Não acho que seja obrigatório usar cinco ou seis músicas a cada início de grupo. Quantas vezes já vi a manifestação do poder de Deus na primeira música do grupo e a condução de toda a noite de oração ser feita somente com aquele mesmo Rhema. Às vezes nós mesmos criamos certas normas para nos prender à lei e nos esquecemos de que a lei sem o Espírito mata.

Outro ponto que é de grande importância na condução da música em G.O. é o correto uso do livro de cantos. Veja, o livro de cantos está ali para nos auxiliar e não roubar a atenção das pessoas. Usamos o livro para facilitar o aprendizado dos cantos novos e mesmo assim depois de cantá-los algumas vezes é necessário fazermos o povo mergulhar na letra daquele canto e rezar com ele e não apenas repetir palavras com certa melodia. Já vimos vários irmãos que usam o livro de cantos como se estivesse em um ensaio de músicas novas do dia da reunião do ministério e não se trata disso. Precisamos levar nossos irmãos à oração, ao contato íntimo e verdadeiro com Deus através dos cantos, sejam novos ou velhos. Por isso se faz necessário em um certo momento deixar de lado o livro e levarmos o povo a cantar de olhos fechados, com extrema piedade, e assim provarem da abertura dos olhos da alma que certamente levam a uma experiência com o magnífico poder e amor de Deus.

Teríamos ainda muitas coisas a comentar sobre este assunto. Quem dera pudéssemos, um dia, nos encontrar em um retiro de Ministérios de Música e partilharmos nossas experiências nestes treze anos de Comunidade Recado. Deixemos que a providência de Deus nos surpreenda com este dia. Que a alegria de Cristo Rei esteja em seu coração e transborde em cada momento de sua vida, louvor e alegria.


Luiz Carvalho
Comunidade Recado
Rua Paula Rodrigues, 19 Bairro de Fátima - Fortaleza
CE CEP 60.411-270

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